A Igreja de São Roque, pelo seu valor histórico e riqueza artística, evidencia-se como um monumento ímpar no contexto da arte portuguesa e internacional. Edificada no final do Século XVI, sob a ação da Companhia de Jesus, as suas origens remontam ao início de Quinhentos, a uma pequena ermida erguida para albergar uma relíquia de São Roque. O interior deste templo jesuítico engloba tesouros artísticos que incluem talha dourada, mármores policromos, azulejaria, composições em mosaico, pintura, escultura e relicários.
A Igreja, de acordo com a tipologia jesuíta apresenta uma fachada sóbria e austera, e um amplo e rico espaço interior, Maneirista.
A Igreja de São Roque situa-se em pleno Bairro Alto, no Largo Trindade Coelho, também conhecido por Largo da Santa Casa, em pleno centro histórico da cosmopolita Lisboa.
A Igreja começou a ser construída em 1506, junto a um cemitério onde eram enterrados os que morriam de peste, situado já fora das muralhas da cidade, e dedicada a São Roque, protector da peste. Aqui se institui a Irmandade de São Roque, com estatutos próprios, e em 1553 instala-se a Companhia de Jesus que edifica sobre a construção anterior a estrutura visível hoje em dia, mantendo a Capela de São Roque no interior.
O interior é composto por um amplo e rico espaço, Maneirista, composto por oito capelas, agrupadas quatro a quatro, profusamente decorada a talha dourada e mármore, dada a protecção do magnânime Rei D. João V.
A estrutura do retábulo, de proporções alongadas e austeridade decorativa, comporta grupos emparelhados de colunas coríntias, em dois níveis sobrepostos, decoradas nos capitéis e no terço inferior com grinaldas de acanto, volutas e objetos pendentes, Entre as colunas dispôem-se nichos, nos quais estão situadas imagens representando os santos principais da Ordem Jesuítica: Inácio de Loyola, Francisco Xavier, Luís de Gonzaga e Francisco de Borja. Estas esculturas foram recentemente atribuídas ao escultor português Manuel Pereira, tendo sido encomendadas em 1630. O remate do frontão semicircular incorpora uma pintura em tondo, a têmpera sobre madeira, representando Cristo Salvador do Mundo.
Da esquerda para à direita: Capela de São Roque, Capela de São Francisco Xavier e Capela de Nossa Senhora da Doutrina.
Da esquerda para à direita: Capela da Sagrada Família, Capela de Santo Antônio e Capela de Nossa Senhora da Piedade.
O teto da Igreja é o único exemplar em Lisboa que resta dos famosos grandes tectos pintados do período Maneirista, atribuído aos pintores Francisco Venegas e Amaro do Vale.
Altar da Anunciação (Antiga Capela de Nossa Senhora do Desterro).
Altar da Santíssima Trindade.
Altar das relíquias dos Santos Mártires.
Altar das relíquias das Santas Mártires.
Azulejo da parede ao lado do Altar da Anunciação.
Vista geral da Igreja de São Roque, da Capela-mor para o coro-alto.
Porta no interior da igreja para o Museu.
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