O Palácio Nacional de Queluz foi residência real de duas gerações de monarcas. A sua construção deve-se à iniciativa de D. Pedro III (1717-1786) a quem a Quinta de Queluz pertencia, enquanto terceiro Senhor da Casa do Infantado, criada em 1654 por Alvará do Rei D.João IV em favor dos filhos segundos dos Reis de Portugal.
A estátua de D. Maria I situa-se no Largo do Palácio Nacional de Queluz. João José de Aguiar, português, autor da obra, elaborou em mármore de Carrara as estátuas e baixos relevos, nos finais do século XVIII (1794), qaundo estava a estagiar em Roma. Esta estátua foi criada a pedido de Pina Manique, que desejava eternizar a rainha, D. Maria I.
O Palácio Nacional de Queluz apresenta marcas de influências francesas e italianas (séc. XVIII e XIX), quer nos espaços interiores, quer nos jardins, num período que percorre o barroco, o rocaille e o neoclássico.
Sala do Trono ou “Casa Grande” – é a maior das três salas de aparato do Palácio e data de 1774. Da autoria do arquiteto francês, Jean Baptiste Robillon, foi concebida ao gosto “rococó” francês e ocupa o espaço onde existiam cinco salas.
Sala da Música – Aquí tiveram lugar serões musicais com participação de músicos contratados pela rainha D. Maria I para a sua orquestra de câmara. Muitas peças foram aquí apresentadas pela primeira vez nos aniversários reais. Serviu ainda de corpo de Igreja em ligação com a Sala do Trono e foi usada pela Princesa D. Carlota Joaquina para sua Sala de Audiências e cerimônia do beija-mão.
Capela do Palácio – Projetada por Mateus Vicente de Oliveira, foi um dos primeiros espaços a serem construídos (c. 1752). A cúpula da capela-mor tem uma cobertura exterior em forma de bolbo, revestida de cobre, ao gosto centro europeu. A talha dourada de inspiração “rococó” é de Silvestre de Faria Lobo e as paredes e teto são decorados com pintura e tingidos imitando mármore e lápis lázuli. O retábulo do altar-mor, representa Nossa Senhora da Conceição (orago de Queluz).
Aposentos da Princesa D. Maria Francisca Benedita (saleta) – conjunto de apartamentos privados que serviram de aposentos à princesa D. Maria Francisca Benedita (1746-1829) irmã da rainha D. Maria I. A decoração é inspirada em temas pompeianos.
Aposentos da Princesa D. Maria Francisca Benedita (quarto D. Maria) – quarto de dormir, decorado no estilo D. Maria, de inspiração em temas pompeianos, com motivos de palmelas, esfinges aladas e grinaldas de flores.
Aposentos da Princesa D. Maria Francisca Benedita (Quarto Império) – Quarto de dormir, em estilo Império, reflectindo a moda vinda da França em e em auge no início do século XIX.
Sala de Fumo – Função que tinha na segunda metade do séc. XIX, época em que o ato de fumar fazia parte do quotidiano da corte, após a refeição.
Sala de Jantar – a denominação reporta-se ao século XIX, consequência da função que lhe foi dada pelos últimos monarcas. O local onde era literalmente “posta a mesa” variava segundo a ocasião e o gosto pessoal dos monarcas, não existindo um espaço fixo de refeições.
Sala dos Azulejos – Corredor das Mangas - Sala de ligação entre o Paço Velho (finais do século XVI) e as novas edificações (século XVIII) dos arquitetos Mateus Vicente de Oliveira e Jean-Baptiste Robillion. Aquí seriam guardadas as mangas de vidro para proteção das velas.
Sala dos Azulejos – Corredor das Mangas - Os painéis de azulejo policromados, neoclássicos, de 1784, representam as Quatro Estações, os Quatro Continentes, cenas de mitologia clássica, “singeries” e “chinoiseries”. O lambrim em azul e branco, de 1764, representa cenas de caça e de quotidiano.
Quarto D. José – Mobilado em estilo D. José, em voga no 3º quartel do séc. XVIII. Predominam as madeiras exóticas e escuras como o pau-santo.
Sala dos Archeiros – Também chamada do “Corpo da Guarda”, era a entrada do Palácio. Encontra-se atualmente mobilada em estilo D.Maria.
Sala dos Particulares – Usada no tempo do príncipe D. João (1792-1807) como sala de espera dos camaristas. No tempo de D. Luís (1838-1839) e de D. Carlos (1863-1908), foi utilizada para Sala de Reuniões ou Biblioteca. Atualmente está mobilada no estilo Império, usado também no Palácio de Queluz no início do século XIX.
Sala dos Embaixadores – A sua construção decorreu entre 1754 e 1762, segundo o risco de Jean-Baptiste Robillion. Originalmente designada por Barraca Rica, Sala das Colunas, dos Serenins e Galeria, passou a ser conhecida, depois de 1794, durante a regência do prícipe D. José e a Rainha D. Mariana Vitória.
Sala dos Embaixadores – A existência de dois espaços para tronos, delimitados pelas colunas em espelho, justificava-se pelas funções em que a rainha e o rei eram acompanhados pelos Príncipes do Brasil, título porque eram conhecidos os Príncipes Herdeiros. Completa a decoração desta sala um conjunto de grandes vasos de porcelana da China.
Sala do Despacho – Espaço que integra o Pavilhão Robillion construído pelo arquiteto Jean-Baptiste Robillion em finais do século XVIII. Decorada em estilo neoclássico, com pinturas de ruínas da Antiguidade Clássica de Giovanni Berardi, foi usada pelo Príncipe D. João, para reuniões ministeriais e despacho.
Sala das Açafatas – Sala em que as açafatas e as aias ao serviço das rainhas D. Maria e D. Carlota Joaquina aguardavam ordens.
Sala das Merendas – Destinada a sala de jantar privada dos aposentos reais, estava em conclusão em 1767. As quatro telas que a decoram representam merendas de caça e parecem constituir uma alegoria às diferentes estações do ano.
Quarto D. Quixote – Construído entre 1759 e 1774, contém pinturas com cenas da vida de D. Quixote de La Mancha. Usado inicialmente como sala de café e posteriormente como quarto de dormir, aquí nasceram os filhos de D. João VI e de D. Carlota Joaquina e aquí morreu em 1834 o rei D. Pedro IV.
Quarto D. Quixote – detalhe do teto.
Quarto D. Quixote – Oratório – O oratório era comum aos quartos de D. Quixote e da Princesa Carlota Joaquina. Atualmente existe um oratório em casquinha entalhada e dourada, atribuído a António Ângelo.
Quarto da Princesa D. Carlota Joaquina – Única sala do Palácio cujos ornatos são em pasta de papel prateada, foi quarto de dormir de D. Pedro III, do príncipe D. João e de D. Carlota Joaquina. Notempo de D. Miguel foi usada como sala de despacho.
1 comentário:
Olá bom dia Glória, adorei ver o seu blogue.Parabéns
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