Mandado construir por D.Pedro III, Príncipe consorte pelo seu casamento com D. Maria I, o Palácio de Queluz foi a residência de veraneio preferida da Família Real na segunda metade do Séc. XVIII. Os jardins, sobre os quais se desenvolvem as principais fachadas do palácio, foram concebidos em íntima relação com o edifício. Desde sempre objeto de grande cuidado, eram, no quotidiano da Corte, local de repouso e lazer e cenário de cerimonias festivas. Atualmente, o espaço exterior é uma área de cerca de 15 hectares.
Canal de Azulejos - A Ribeira do Jamor, que atravessa todo o parque de Queluz, de norte para sul, numa extensão de 115 metros, é retida num canal, conhecido outrora por Lago Grande, interiormente e exteriormente revestido por painéis de azulejos azuis e brancos e policromos. Na foto vemos na frente duas esculturas italianas em mármore de Mercúrio e Etéoclo de autor desconhecido (1757-1765), e atrás esculturas em chumbo fundido, do escultor inglês John Cheere (1709-1787): Vênus e Adonis e outro Baco e Ariadne.
Canal de Azulejos - A partir do século XVII o Azulejo adquiriu importância associada à animação de exteriores. A frescura da cerâmica de superfície vidrada e a policromia, serviu o gosto barroco da artificialidade; a sua aplicação acentua estruturas e cria falsas perspectivas, com intenções cenográficas. Criaram-se grandes conjuntos ou programas baseados na aplicação exclusiva de azulejos. O Canal de Azulejos do Palácio Nacional de Queluz constitui um dos mais notáveis exemplos desta utilização.
Largo dos Plátanos – Onde se localizam três dos exemplares mais notáveis da obra escultórica de John Cheere (1709-1787) que sobreviveu até aos nossos dias, Caim e Abel (interpretação de Cheere de um original de Giovanni de Bologna existente no Museu Victoria & Albert, em Londres), Eneias e Anquises e o Rapto de Perséfone.
Largo dos Plátanos, Caim e Abel, Escultura em chumbo fundido.
Largo dos Plátanos, Eneias e Anquises - Grupo escultórico, em vulto perfeito, representando a fuga de Eneias do incêndio e saque da cidade de Tróia, carregando às costas seu pai Anquises. Acompanham-no seu filho Ascânio e a mulher Creusa. Por desejo de Júpiter, o príncipe troiano, filho de Afrodite/Vénus, irá para Itália fundar uma nova Tróia, arquétipo da futura Roma.
Largo dos Plátanos, Rapto de Perséfone - Grupo escultórico, em vulto perfeito, representando o Rapto de Proserpina (nome romano) ou Perséfone (nome grego), filha de Zeus e de Deméter, por Hades, Rei dos Mortos e do mundo tenebroso dos Infernos. Proserpina voltará ao mundo dos vivos uma parte do ano, simbolizando a alternância das estações e o ciclo da vegetação.
Fonte de Neptuno – Imponente conjunto escultórico em pedra, representando Neptuno rodeado de Tritões, da autoria de Ercole Ferrata (1610-1686), discípulo de GianLorenzo Bernini. Esta peça terá sido encomendada em 1677 para o Palácio da Anunciada, tendo sido posteriormente mudada para a Quinta de Belas pelo 3º Conde da Ericeira e, já em 1945, veio ornamentar e enriquecer os jardins de Queluz.
Picadeiro de Trabalho ou Apresentação.
Lago das Medalhas – considerado o maior Lago dos jardins, foi desenhado por Jean-Baptiste Robillion em 1764, em forma de octógono estrelado, tendo ao centro um grupo escultórico em chumbo fundido e dotado de um complexo sistema de repuxos. Duas esculturas de John Cheere representando Diana e Apolo, inserem-se neste conjunto harmonioso.
Rendilhados de buxo no jardim do Palácio.
Jardim do Palácio Nacional de Queluz – caminho para o jardim pênsil.
Jardim do Palácio Nacional de Queluz – idem
A Cascata Grande é edificada na década de 1770 e era ornamentada por estatuária em pedra e em chumbo que não perdurou até hoje. Era a parte mais espectacular de todos os jogos de água dos lagos e constitui hoje um ponto central do percurso de visita.
Pórtico da Fama - A Fama heróica montando Pégaso, da autoria de Manuel Alves e Filipe da Costa, 1771, separa os jardins superiores da zona do Parque, daqui irradiando as respectivas alamedas.
Jardim Pênsil ou de Neptuno – O Jardim Pênsil deve o seu nome ao fato de se encontrar sobre um reservatório que recolhe o excesso das águas dos lagos. Solução arquitetônica idealizada por Robillion para vencer o desnível de terreno existente e elevá-lo ao nível de Fachada de Cerimônias.
Fachada de Cerimônias ao fundo e, na frente, Lago de Neptuno.
Jardim de Malta – Assim designado como referência à Ordem de Malta, de que D. Pedro III era Grão-Mestre, foi originalmente um enorme tanque com espelho de água, elemento muito comum nas quintas portuguesas setecentistas.
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