Data de 1496 o pedido pelo rei D. Manuel I à Santa Sé no sentido de lhe ser concedida autorização para se erigir um grande mosteiro à entrada de Lisboa, perto das margens do Tejo. Em 1501 começaram os trabalhos e aproximadamente um século depois as obras estavam concluídas.
Mosteiro dos Jerónimos ou Mosteiro de Santa Maria de Belém - Constitui o ponto mais alto da arquitetura manuelina e o mais notável conjunto monástico do século XVI em Portugal e uma das principais igrejas-salão da Europa.
Mosteiro dos Jerónimos - O edifício exibe uma extensa fachada de mais de trezentos metros, obedecendo a um princípio de horizontalidade que lhe confere uma fisionomia calma e repousante. Foi construído em calcário de lioz que se extraía muito próximo do local de implantação, na Ajuda, no Vale de Alcântara, Laveiras, Rio Seco e Tercena.
Porta Sul - Construído entre 1516 e 1518 por João de Castilho e seus oficiais, segundo o projecto de Diogo de Boitaca, constitui o centro visual da fachada do Mosteiro que se desenvolve paralelamente ao rio. Apesar da sua grande sumptuosidade é apenas uma entrada lateral.
Porta Sul - A figura central deste pórtico é Nossa Senhora de Belém com o Menino, que é a invocação desta Igreja e Mosteiro, ostentando na mão o vaso das oferendas dos Reis Magos. Ladeando a Virgem, uma multidão de estátuas representa os profetas, os apóstolos, os doutores da Igreja e algumas santas (ou talvez sibilas).
Vista geral do Claustro - Projectado por Diogo de Boitaca, que iniciou os trabalhos no começo do século XVI, foi continuado por João de Castilho a partir de 1517 e concluído entre 1540 e 1541.
Vista geral do Claustro - Destinado essencialmente ao isolamento da comunidade monástica, era um local aprazível e sereno que permitia a oração, a meditação e o recreio dos monges da Ordem de S. Jerónimo.
Confessionários - Doze são as portas dos antigos confessionários, mas duas delas estão actualmente encobertas pela Capela do Senhor dos Passos.
Confessionário - O confessor que entrava pelo Claustro, e o penitente que entrava pela Igreja, ficavam separados por uma grade de ferro.
Fonte do Leão – noutros tempos, os monges lavavam aquí as mãos antes de se dirigirem para o Refeitório, onde tomavam as suas refeições.
Porta do refeitório com vista para o corredor do claustro.
Refeitório - Foi construído entre 1517 e 1518 pelo mestre Leonardo Vaz e seus oficiais. De abóbada polinervada e abatida, exemplifica o gosto mais comum da época manuelina.
Refeitório - Por debaixo de grossos cordões de pedra, as paredes estão revestidas por um silhar de azulejos de 1780-1785.
Sala do Capítulo – Destinada às reuniões periódicas dos monges, que se iniciavam com a leitura de um capítulo da Regra. No entanto, este local nunca se utilizou para esse fim, pois só foi abobadado no séc. XIX. Apenas a porta, executada por Rodrigo de Pontezilha, ficou concluída nos anos de 1517-1518. Ao centro está colocado o túmulo de Alexandre Herculano (pioneiro da historiografia moderna portuguesa e presidente da Câmara de Belém).
Escadaria para o piso superior.
Claustro – piso superior.
Coro Alto - Este espaço destinou-se, entre outras, às atividades fundamentais dos monges da Ordem de São Jerónimo, que seguiam a regra de Santo Agostinho, permaneciam neste local sete horas (repartidas durante o dia) para as orações em voz alta, canticos, e ofícios religiosos. Por cima dos espaldares das cadeiras, pinturas setecentistas com os Apóstolos e Doutores da Igreja.
De influência flamenga e italiana, com uma decoração exuberante, o Cadeiral, a primeira obra de talha renascentista em Portugal, executado em madeira de carvalho e castanho, foi desenhado pelo arquiteto Diogo de Torralva e foi executado, em 1550, pelos mestres de marcenaria Diogo de Çarça e Filipe de Vries. Cada assento tem um ressalvo denominado “misericórdia”, onde os monges apoiavam o corpo enquanto permaneciam de pé.
“Cristo Crucificado” com resplendor de prata, obra do escultor Philippe de Vries/Filipe Brias.
Igreja Sta. Maria Belém - Quando se entra, encontram-se os túmulos de Vasco da Gama (sub-coro esquerdo) e de Luis de Camões (sub-coro direito), ambos do século XIX, do escultor Costa Mota (tio).
Túmulo de Vasco da Gama (Navegador português que estabeleceu a ligação por mar entre Portugal e a Índia, fixando uma nova rota comercial que daria aos portugueses o domínio do Oceano Índico durante mais de um século).
Túmulo de Luis de Camões (Poeta maior da literatura portuguesa, autor da epopeia marítima Os Lusíadas que narra os feitos dos navegadores portugueses, em especial de Vasco da Gama, e a história do povo português).
Igreja Sta. Maria Belém - A Igreja apresenta uma planta em cruz latina, composta por três naves à mesma altura (igreja salão), reunidas por uma única abóbada polinervada assente em seis pilares de base circular.
Capela-Mor da Igreja Sta. Maria Belém – Concebida para receber os restos mortais de D. Manuel I e D. Maria, do filho D. João III e de sua mulher, D. Catarina, que a mandou construir em 1571. Traçada, ao gosto maneirista, por Jerónimo de Ruão, contrasta em absoluto com o corpo manuelino da Igreja. O retábulo, com pinturas onde se representam Cenas da Paixão de Cristo e Adoração dos Magos; é de autoria do pintor Lourenço de Salzedo (1572-1574).
Porta Sul.
Capela Norte do Transepto – iniciadas cerca de 1587, são parte do Panteão Régio. Exibem uma disposição típica do Maneirismo introduzido por Jerónimo de Ruão em que as sepulturas alternam simetricamente com os altares. Nesta Capela, reservada aos filhos de D. Manuel e construída em mármores polícromos, destacam-se os dois frontais de altar, em alabastro, com cenas de vida S. Jerónimo.
Vista noturna da fonte luminosa e ao fundo o mosteiro.
Vista noturna do mosteiro.
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