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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Portugal – Palácio da Ajuda – Lisboa – parte 1

 

O Palácio Nacional da Ajuda, ou Paço de Nossa Senhora da Ajuda, é um monumento nacional português, situado na freguesia  da Ajuda, em Lisboa. Antigo Palácio Real, é hoje em grande parte um museu, estando instalados no restante edifício a Biblioteca Nacional da Ajuda, o Ministério da Cultura, e o Instituto dos Museus e da Conservação (IPM). O Palácio e o Museu são geridos pelo Instituto de Gestão do Patrimônio Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR) e pela Presidência da República.” Wikipedia

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1 - Palácio da Ajuda e Estátua de D. Carlos I – No século XVIII, D. João V adquire três quintas, entre Belém e o Alto da Ajuda, para construir uma residência de Verão. Mas só com D. José I virá a erguer-se um palácio nestes terrenos. O grandioso Paço da Ribeira desaparecera com o terramoto de 1755 e o rei decide estabelecer a residência real nesta zona considerada não sísmica. Desafortunadamente, a “Real Barraca”, de madeira para melhor resistir a sismos, arde por completo em 1794. O novo palácio deverá surgir no mesmo local, por ordem do príncipe regente D. João. No ano seguinte, a 9 de Novembro, é lançada a primeira pedra do Paço da Ajuda, um projeto barroco do arquiteto Manuel Caetano de Sousa. Porém, o espírito neoclássico impõe novas ideias e a obra só começa em 1802, já com planos de Francisco Xavier Fabri e José da Costa e Silva.

 

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2 - Palácio da Ajuda – Em consequência das invasões francesas, em 1807 a Família Real parte para o Brasil. Com várias interrupções de ordem política e financeira, as obras continuam na Ajuda, apesar da sua ausência. Quando D. João VI regressa, catorze anos depois, o paço em construção tem novo impulso com alterações introduzidas pelo arquiteto Antônio Francisco Rosa. De 1826 a 1828, a regente D. Isabel Maria habita o Paço da Ajuda. D. Miguel é aqui aclamado rei absoluto, ao que se segue um período de grande instabilidade que culmina em guerra civil. Finalmente, em Agosto de 1834, D. Pedro IV jura a Carta Constitucional na Sala do Trono deste palácio. Com D. Maria II a Ajuda passa a um plano secundário. A rainha reside no Paço das Necessidades, tal como fará o seu filho D. Pedro V. O rei apenas vem à Ajuda para realizar cerimônias oficiais ou para visitar o seu amigo, o bibliotecário Alexandre Herculano.

 

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3 - Palácio da Ajuda –  Após a morte repentina do seu irmão, em 1861, D. Luís I é aconselhado a mudar-se para o Palácio da Ajuda, onde se instala em 1862. Ao casar com D. Maria Pia de Sabóia, o monarca marca o novo rumo deste Paço, que pela primeira vez passa a residência permanente. O arquiteto Joaquim Possidónio Narciso da Silva, ocupa-se das transformações sob ordens da rainha, a qual dedica toda a sua vida a melhorar estre frio palácio, criando a residência confortável e moderna que pretendia para a sua família. A obra desta grande rainha, ao longo de quarenta e oito anos, prova que não só se preocupa com a moda, como está atenta à mudança de mentalidade. Adota as inovações da época na organização do quotidiano e surgem novos aposentos como a Sala de Mármore, a Sala Rosa, a Salinha Chinesa, a sala de estar, as casas de banho com água corrente quente e fria junto dos aposentos reais e, já perto do fim do século, uma casa de jantar familiar.

 

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4 - Fachada interior do Palácio. É visível ao centro inacabado. Os últimos acabamentos, como os capitéis e janelas do último andar(falso) foram feitos só em meados do século XX.

 

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5 - Palácio da Ajudaátrio de acesso (esquerda) e teto (direita) - Por meio século uma família anima esta residência real. Aqui nascem e são educados D. Carlos e D. Afonso, aqui reúne o Conselho de Estado, realizam-se íntimos serões entre amigos, grandes bailes e banquetes, galas oficiais. D. Maria Pia e D. Afonso residem ainda na Ajuda quando se instaura a República. O Paço é encerrado em 1910.

 

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6 - Palácio da AjudaÁtrio de acesso. -  O Museu vem dar uma nova vida ao Palácio Nacional da Ajuda. Aberto ao público em 1968, conserva os seus aposentos tão próximos quanto possível do que foram, procurando transmitir o ambiente de uma residência real de Oitocentos, onde brilham notáveis coleções de artes decorativas do século XV ao século XX. Para além das suas funções como Museu, o Palácio Nacional da Ajuda é ainda hoje utilizado pela Presidência da República para realização de cerimônias oficiais.

 

Piso Térreo

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7 - Sala dos Archeiros – A Sala dos Archeiros era, no quotidiano, o acesso principal deste palácio. Diariamente, das 8 horas da manhã às 11 horas da noite, aqui permanecia a guarda de honra – os archeiros. É a primeira de uma sequência de quatro salas nas quais, pelas funções simultaneamente privadas e oficiais a que se destinavam, foi criado um certo aparato, contribuindo para esse efeito as tapeçarias e as pinturas alegóricas dos tectos, remanescentes da decoração do início do século XIX.

 

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8 - Sala do Reposteiro – Nesta sala de passagem, o Porteiro da Cana anunciava os visitantes.

 

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9 - Sala Grande de Espera – No reinado de D. Luís esta era a sala de espera, onde os visitantes aguardavam com expectativa o momento em que seriam recebidos. O protocolo da corte fazia sentir a diferença entre os monarcas e os seus súbditos. Chegar à presença do rei ou da rainha era uma circunstância especial. Dias e horas próprios eram determinados pelos soberanos, consoante o motivo da visita.

 

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10 - Salinha dos cães – Esta antecâmara constituía uma última fronteira antes da abertura das portas que permitia  conduzir aqueles que tinham audiência marcada à presença do rei D. Luís.

 

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11 - Sala do Despacho – Nesta sala o rei concedia audiências diárias, geralmente da parte da tarde. Aqui dava despacho aos documentos oficiais; reunia o Conselho de Estado; recebia ministros, altas individualidades e quem o desejava cumprimentar. As atividades oficiais do rei eram divulgadas, dia-a dia pela imprensa.

 

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12 - Sala do Despacho

 

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13 - Sala da Música – A música era uma das distrações preferidas da família real, que na Sala de Música participava em serôes musicais com os seus convidados e, por vezes, com artistas conhecidos. Os jornais revelam que tinha lugar quase todos os dias concerto no Paço da Ajuda em que (tomavam) parte El Rei D. Luiz, os senhores D. Fernando de Sousa Gerschey, o violoncelista Cazella e o Cónego Moniz.

 

 

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14 – Antigo Quarto de Cama do Rei – atualmente apresentado como um único aposento, nada resta neste quarto das pequenas divisões que em tempos existiram, marcadas pela privacidade e conforto. Muito revelavam de quem, antes de ser rei, fora um ativo oficial de Marinha e, acima de tudo, um príncipe culto com interesses nos mais diferentes domínios.

 

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15 – Antigo Quarto de Cama do Rei – teto

 

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16 – Sala Azul – decorada pela rainha com sedas azuis, esta era a sala de estar da família real que aqui passava o tempo em conversas animadas, leituras em voz alta, jogos de cartas e outras distrações, como a apresentação de artistas ou de invenções recentes, entre as quais o fonógrafo e um rudimentar telefone, com auscultador branco e o escudo real pintado a cores.

 

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17 – Gabinete de Carvalho – A sala de fumo do rei, gabinete exclusivamente masculino e característico da época, seria um dos poucos locais onde se admitiria fumar e conversar descontraidamente.

 

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18 – Sala de Mármore – Entre os aposentos do rei e os da rainha, o Jardim de Inverno surgia como um convite para não sentir passar o tempo. As plantas exóticas, o murmurar da água da fonte e o mobiliário em recantos criavam aqui um ambiente de tranquilidade.

 

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19 – Sala de Mármore –  Se as estufas e os jardins de Inverno marcaram a decoração do século passado, D. Maria Pia, ao fazer revestir as paredes e o teto desta divisão com ágata calcedónia tornou o Jardim de Inverno do Paço da Ajuda num dos mais originais da época.

 

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20 – Sala Rosa – D. Maria Pia expôs no primeiro dos seus aposentos privados uma das coleções mais apreciadas no século XIX: peças em porcelana de Saxe, nome pelo qual era conhecida a porcelana da fábrica de Meissen, situada na região germânica de Saxe.

 

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21 – Sala Rosa – A rainha criou nesta antecâmara um dos ambientes mais femininos do palácio. Em contraste com o veludo cor-de-rosa, uma das cores que preferia, a diversidade e profusão das peças de porcelana.

 

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22 – Sala Verde – Esta era a sala de trabalho de D. Maria Pia onde, em geral da parte da manhã, cumpria várias atividades oficiais: organizava banquetes, ações de beneficência, respondia a vários pedidos e, um dia por semana, enquanto era reunido o Conselho de Ministros, a rainha recebia aqueles que se-lhe dirigiam para apresentar cumprimentos. A tarde era, em parte, reservada para os deveres sociais no exterior do palácio: visitas a asilos, instituições de caridade e hospitais, entre outros.

 

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23 – Sala Verde –  Nas horas livres este era um dos locais onde D. Maria Pia  lia, bordava escrevia ou pintava. A Sala Verde cedo adquiriu um significado muito particular para D. Maria Pia: a recordação do nascimento de D. Carlos a 28 de Setembro de 1863. Transformada a sala e selados os seus aposentos, apenas admitiu junto de si a presença do rei, do médico Magalhães Coutinho, da parteira Narcisa e das suas damas de serviço. Exigindo maior intimidade, a rainha impôs a sua vontade contra os costumes ditados pela corte. Tinha então dezasseis anos…                            Teto (foto à direita).

 

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24 – Salinha Encarnada – Ao chegar ao palácio em 1862, D. Maria Pia teve nesta divisão o seu primeiro toucador ou quarto de toilette. Esta sala foi depois transformada em oratório. Alterada mais uma vez nos anos finais do reinado, veio a ser utilizada como extensão da Sala Verde.

 

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25 -  Quarto de Cama da Rainha – As obras e decoração do quarto de D. Maria Pia foram orientadas pessoalmente por D. Luís no ano que precedeu o casamento. A princesa de Sabóia, futura rainha de Portugal, tinha catorze anos e o rei esperava agradar-lhe nas escolhas que fazia, informando-a de todos os detalhes. Este aposento majestoso nunca veio a ser modificado.

 

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26 -  Toilette – Por largos anos esta divisão foi o guarda-roupa de D. Maria Pia, de cuja orientação e arrumação gostava de ocupar-se pessoalmente durante manhãs ou tardes inteiras. Por volta de 1886, foi transformado em toucador ou quarto de vestir. O Toucador era um local animado várias vezes por dia: o traje variava em função das ocupações e horários e, a cada mudança de toilette, a rainha não dispensava junto de si as damas de serviço, as retrêtas – senhoras de categoria inferior às damas – e as camaristas.

 

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27 – Casa de Banho da Rainha – Quando D. Maria Pia veio habitar o palácio, a casa de banho ficava próxima da Sala Verde. A dependência que hoje vemos foi construída nos finais de Oitocentos. A exigências de limpeza e higiene acentuaram-se ao longo do século XIX, trazendo grandes progressos. O palácio dispunha de águas canalizadas quentes e frias, existindo uma caldeira para aquecimento da água sobre esta divisão. O hábito do banho fora adoptado pela rainha, embora não diariamente, numa época em que muitas vezes era ainda considerado como remédio para um mal físico. A existência da casa de banho nos aposentos da rainha e a sua disposição – de um lado a sala de banho com lavatório e banheira e, do outro, o water closet (W.C.) – revelam que aqui foram seguidas as mais recentes inovações de então.

 

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28 -  Vestíbulo – Nas grandes recepções oferecidas no Paço da Ajuda, a entrada fazia-se por este Vestíbulo. Os servidores da Casa Real apresentavam-se com fardas de gala “à inglesa”, vermelhas com galões de ouro.

 

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29 - Vestíbulo – “O “Beija-Mão” era uma das cerimônias mais importantes. Logo de manhã, as carruagens subiam a calçada da Ajuda, transportando as damas da Côrte, com os seus vestidos de gala, as suas plumas vistosas, os membros do corpo Diplomático, os ministros, os conselheiros de Estado, os prelados, os magistrados, os oficiais de Terra e Mar, com as suas fardas cheias de dourados e condecorações, e os fidalgos que por força dos cargos ou por devoção monárquica iam apresentar suas homenagens à Realeza. Uma a uma entravam as carruagens no átrio do Paço, enquanto a banda da guarda de honra tocava o pouco inspirado Hino da Carta.Memórias do Professor Thomaz de Mello Breyer, 4º Conde de Mafra

 

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30 – Sala de Jantar - A Sala de Jantar da Rainha data de 1886. Terá ficado assim conhecida após a morte do rei, tendo D. Maria Pia habitado o palácio por mais vinte e um anos.

 

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31 – Sala de Jantar.

 

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32 – Sala do Bilhar – Quando D. Luís veio habitar o Paço da Ajuda, fez instalar o bilhar no andar superior. As alterações na decoração, efetuadas sob orientação da rainha, transferiram-no para esta sala.

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